Especialista diz em estudo que perfil típico do escravo brasileiro do século XXI é um migrante maranhense, do norte do Tocantins ou do oeste do Piauí

quinta-feira, 24 de maio de 2012

O perfil típico do escravo brasileiro do século XXI é um migrante maranhense, do norte do Tocantins ou do oeste do Piauí. Essa é uma das conclusões do Atlas do Trabalho Escravo no Brasil, do professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp de Presidente Prudente (SP), Eduardo Paulon Girardi. O trabalho foi escrito juntamente com Hervé Théry, Neli Aparecida de Mello e Julio Hato, da Universidade de São Paulo (USP). O material caracteriza pela primeira vez a distribuição, os fluxos, as modalidades e os usos do trabalho escravo no País, nas escalas municipal, estadual e regional. As informações são site do jornal O Estado de S.Paulo.

Segundo o Atlas, também é típico que o escravo brasileiro do século XXI seja do sexo masculino e analfabeto funcional. Em geral esses trabalhadores são levados para as fronteiras móveis da Amazônia, em municípios de criação recente, onde são utilizados principalmente em atividades vinculadas ao desmatamento.

Conforme O Estadão, a obra utiliza fontes oficiais e consolidadas do Ministério do Trabalho e da Comissão Pastoral da Terra e detalha as ocorrências por setores da economia e em todo o território nacional. Atividades relacionadas com pecuária ou carvão vegetal, em certas regiões da Amazônia, estão entre os exemplos de risco muito alto de existência de trabalho escravo.

Além do diagnóstico inédito, o Atlas oferece dois produtos novos para a sociedade brasileira: o Índice de Probabilidade de Trabalho Escravo e o Índice de Vulnerabilidade ao Aliciamento. De acordo com o autor, essas são ferramentas inovadoras e essenciais para gestores de políticas públicas e que podem contribuir expressivamente para o planejamento governamental no combate a essa prática criminosa que ainda é adotada no Brasil. Ele destaca também que, com esses dados, financiadores e empresas podem evitar associações com empresários ligados ao trabalho escravo.

O livro está disponível somente em versão digital no endereço http://migre.me/9bewu. Ele foi lançado pela Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).

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